O sabor da vida...

Poderia falar sobre coisas bonitas, podia dizer que sou uma mulher feliz...que não existe nada mais delicioso do que acordar todas as manhãs e poder dizer que o dia está bonito, independentemente de estar a chover ou um sol radioso.
Mas digo que lamento descobrir todos estes prazeres com algumas partidas que a vida me prega. Partidas estas que neste momento não consigo aceitar ou compreender o porquê.

No final de Fevereiro foi-me diagnosticado um carcionoma na tiróide pelo Dr.Eduardo Barreiros, que de uma forma muito carinhosa mo transmitiu e no dia 8 de Abril estava a ser operada. Se aceitei bem o facto de há cerca de ano e meio ter tido um subependimoma (tumor) no cérebro e na altura ter dito a mim mesma e aos médicos, porque não eu?, acreditem que desta vez tal não aconteceu. Não foi fácil aceitar, não está a ser fácil.

Mas surpreendam-se, porque nestas alturas sou eu quem me surpreendo a mim própria, o sorriso e o gosto pela vida continua cada vez maior. Eu gosto de estar viva e ainda me faltam fazer muitas coisas no planeta Terra. Portanto venha o que vier, eu vou estar sempre aqui pronta para lutar.
Se sou uma super mulher...acreditem que estou muito longe disso. Nunca me senti tão impotente como agora. Voltei a ser operada em Santa Maria, desta vez por uma das equipas de cirurgia de Endocrinologia, onde tive o prazer de conhecer aquela que é uma das pessoas mais fantásticas que conheci até hoje, assim como todos os elementos da sua equipa.

Desta história só tenho a lamentar que os meus problemas de tiróide já tenham sido diagnosticados como bócio colóide, há 3 anos por um médico de uma clinica privada, das mais conceituadas em Lisboa e que o mesmo tenha deixado as coisas chegarem a esta ruptura.

Mais uma vez foi em Santa Maria que encontrei pessoas fantásticas.

Infelizmente agora aguardo um tratamento no IPO de Lisboa que só se vai realizar a partir de dia 4 de Agosto, graças ao Estado ter fechado os restantes centros nucleares do distrito. Portanto até lá, vou ter uns bichinhos maus a passear no sangue. Agradeço ao Estado por mim e por todas as pessoas que estão na mesma situação que eu. Só posso dizer que me sinto revoltada e que gostava que um familiar duma destas pessoas que tomam estas decisões tão fantásticas, ou eles mesmos, passassem por esta espera.

Como é obvio, pelo menos para mim, assim que recuperei da operação voltei ao trabalho e só volto a entrar de baixa quando entrar no IPO.

No entanto não deixei as 'coisas da kika' e tenho-me dedicado a fazer tricot ou crochê...a minha terapia preferida.

Um grande beijo de força e solidariedade para todas as pessoas que estão a lutar para vencer uma doença...VENCER é possível.





















Estas duas mantinhas foram os presentes do dia da criança para os meus sobrinhos...a do Tomás é tão grande que ele quando a abriu disse "Tia, posso crescer muito que vai dar" Beijinhos para eles, são os amores da tia kika.